22 – 100 Amos Depois
?
Antropofagicamente quero comer 22 e
você?
Pesquisando no baú de guardados para o Festival Cine Vídeo de Poesia Falada, eis que encontro essa relíquia com Igor Fagundes no Parque das Ruínas - Santa Teresa – Rio de Janeiro - filmado por Jiddu Saldanha em janeiro de 2010 em um domingo de muito Rock Poesia
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https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1108002609294658
Era Uma Vez Um Rio - Poesia – Antônio Roberto de Góis Cavalcanti
(Kapi) – Voz: Artur Gomes - Participação especial: Gisele Canela - Trilha
sonora: Madan sobre poema de Olga Savary https://www.youtube.com/watch?v=vJ4I_oM1U3A&t=150s
Festival Cine Vídeo De Poesia Falada
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O Poeta Enquanto Coisa –
Por Nuno Rau
Andamos no presente como vagando sobre
um território rumo a outro, o futuro, para onde olhamos (além do olhar atento à
nossa paisagem, o agora), mas sem perder a ligação com os territórios de onde
viemos, o passado, de onde nos enviam mensagens-cabogramas. Ocorre que, antes,
essas mensagens pareciam trilhar cabos unificados, e hoje elas nos vêm por uma
rede de miríades de fios entrelaçados, com origens várias, por wi-fi, mescladas
aos arcaicos sinais de fumaça, batidas de tambor. O poeta contemporâneo tão
mais contemporâneo se torna quando, atento ao presente absoluto para pensar a
direção de seus passos, fica também atento aos sinais do passado, não
dispensando o gesto ameríndio de perscrutar nas matas o aproximar-se da
civilização predatória (como os nativos norte-americanos encostavam o ouvido
nos trilhos do trem) enquanto observa, na tela de seu dispositivo, a nuvem de
futuros prováveis, nem todos gloriosos: assim um poeta se torna criador de
mundos. Artur Gomes performa, em “O poeta enquanto coisa”, a sua dança
tribal em que diversos dados da tradição se mesclam em sua reinterpretação
ancorada no hoje, o que sempre implica numa tomada de posição política do
poeta, que brindamos aqui, com alegria, porque nos traz luz sobre um momento
particular de trevas na vida civil. É por estas vias que o liquidificador
estético do poeta mistura antropofagicamente em suas iguarias-poemas, para que
brindemos, deuses gregos com orixás, filosofia e orgia, mente e corpo, política
e sexo, o corpo que precisa estar presente cada vez mais nos poemas, afastando
quando possível os séculos de metafísica que nos oprimem. Evoé, Artur! Que seu canto ecoe pelos
corações e mentes do presente e do tempo que virá.
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
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