domingo, 26 de setembro de 2021

Antropofagicamente vamos comer 22

 

                    22 – 100 Amos Depois

 O que seria Antropofagia Abapuru Manifesto Antropófago Santeiro do Mangue Macunaíma Paulicea Desvairada Cântico dos Cânticos Para Flauta e Violão Serafim Ponte Grande Cinema Novo Poesia Experimental Concreta Neo Concreta Parangolés Tropicália Poesia Visual Cine Poesia Pós Tudo Hoje

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Antropofagicamente quero comer 22 e você?

Pesquisando no baú de guardados para o Festival Cine Vídeo de Poesia Falada, eis que  encontro  essa relíquia com Igor Fagundes no Parque das Ruínas - Santa Teresa – Rio de Janeiro -  filmado por Jiddu Saldanha em janeiro de 2010 em um domingo de muito Rock Poesia

Clic no link para assistir o vídeo

https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1108002609294658

 


Era Uma Vez Um Rio - Poesia – Antônio Roberto de Góis Cavalcanti (Kapi) – Voz: Artur Gomes - Participação especial: Gisele Canela - Trilha sonora: Madan sobre poema de Olga Savary https://www.youtube.com/watch?v=vJ4I_oM1U3A&t=150s

Festival Cine Vídeo De Poesia Falada

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                          O Poeta Enquanto Coisa

                                              Por Nuno Rau

Andamos no presente como vagando sobre um território rumo a outro, o futuro, para onde olhamos (além do olhar atento à nossa paisagem, o agora), mas sem perder a ligação com os territórios de onde viemos, o passado, de onde nos enviam mensagens-cabogramas. Ocorre que, antes, essas mensagens pareciam trilhar cabos unificados, e hoje elas nos vêm por uma rede de miríades de fios entrelaçados, com origens várias, por wi-fi, mescladas aos arcaicos sinais de fumaça, batidas de tambor. O poeta contemporâneo tão mais contemporâneo se torna quando, atento ao presente absoluto para pensar a direção de seus passos, fica também atento aos sinais do passado, não dispensando o gesto ameríndio de perscrutar nas matas o aproximar-se da civilização predatória (como os nativos norte-americanos encostavam o ouvido nos trilhos do trem) enquanto observa, na tela de seu dispositivo, a nuvem de futuros prováveis, nem todos gloriosos: assim um poeta se torna criador de mundos. Artur Gomes performa, em “O poeta enquanto coisa”, a sua dança tribal em que diversos dados da tradição se mesclam em sua reinterpretação ancorada no hoje, o que sempre implica numa tomada de posição política do poeta, que brindamos aqui, com alegria, porque nos traz luz sobre um momento particular de trevas na vida civil. É por estas vias que o liquidificador estético do poeta mistura antropofagicamente em suas iguarias-poemas, para que brindemos, deuses gregos com orixás, filosofia e orgia, mente e corpo, política e sexo, o corpo que precisa estar presente cada vez mais nos poemas, afastando quando possível os séculos de metafísica que nos oprimem. Evoé, Artur! Que seu canto ecoe pelos corações e mentes do presente e do tempo que virá.


Artur Gomes

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