sexta-feira, 15 de julho de 2022

Geleia Geral - Revirando A Tropicália - Vamos Devorar 22

 



Geleia Geral – Revirando A Tropicália

Semana de 22 – 100 Anos Depois

Segunda Edição

Dia 22 julho - 2022 – 19h

Santa Paciência – Casa Criativa

Rua Barão de Miracema, 81 – Campos dos Goytacazes-RJ


Programação

Geleia Geral Performance - Alunos da Oficina de Teatro Adulto do Estúdio Gente é pra Brilhar e não pra Morrer de Fome.

Direção: Frenando Rossi e Rodri Mendes


Mesa de Bate Papo

Carnaval e Antropofagia –

Com Marcelo Sampaio - "Não fomos catequizados, fizemos foi Carnaval! Fazemos ainda? Em Campos não".

 + Teresa  Peixoto  Faria  – Carnaval Festa da Carne


Música

Marcella Roza - violão e voz 

Luiz Marcel0 da Roza -teclado e trombone -   com repertório musical  selecionado especialmente  para esta edição 



Roda de Poesia

Com - Artur Gomes

+ Cristina Cruz

+ Joilson Bessa

 

Leia mais Gelia Geral no Portal Viu  www.portalviu.com.br




Fulinaíma MultiProjetos

concepção: Artur Gomes

www.fulinaimagens.blogspot.com

 design gráfico: Tchello d´Barros

fulinaíma@gmail.com

22 99815-1268 – whatsapp

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

Nação Goytacá

www.fulinaimargens.blogspot.com

Por Onde Andará Macunaíma

www.coletivmacunaimadecultura.blogspot.com 


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Os Livros Contra O Mal


José Eduardo Agualusa

O Globo, 08.07.2022

 

     Livros contra o mal

 

Jair Bolsonaro revelou mais uma vez a sua perversa bibliofobia — ele gostaria de transformar todas as bibliotecas em clubes de tiro

 Há perto de 30 anos, morando em Lisboa, tive como vizinho um jovem neonazi. Era um sujeito baixo, marombado, de cabeça raspada e olhos apáticos. Regressava à casa muitas vezes após a meia-noite, e logo se anunciava, colocando as suas bandas preferidas de death metal no volume mais alto. Eu, que morava no apartamento contíguo, sofria com o ruído. Uma noite, louco de sono, desesperado, bati à porta dele. Mal o rapaz abriu, vi, presa numa das paredes, uma bandeira nazista. Ele sorriu, percebendo o meu horror:

 — Aquilo o incomoda?!

 — Incomoda. Mas o que me incomoda mais é o ruído…

 — Problema seu — gritou o jovem, fechando a porta.

 Uma fúria ancestral tomou conta de mim. Chutei a porta com tanta força que o trinco saltou, em pedaços. O rapaz encarou-me, pálido de espanto. Eu, que estava tão espantado quanto ele com a minha explosão de brutalidade, comecei logo a desfazer-me em desculpas. Urrando palavrões, o jovem agarrou num taco de beisebol e atacou-me. Recuei, protegendo a cabeça com os braços. Entrei em casa e ele seguiu-me, desferindo fortes pauladas. Subitamente, estacou, olhando assustado para alguma coisa, atrás de mim, deu-me as costas e fugiu. Voltei-me, esperando encontrar algum fantasma protetor, brandindo uma lança incandescente, mas atrás de mim vi apenas livros — uma estante cheia de livros de poesia.

 Fui ao hospital, tratar dos ferimentos nos braços, e depois passei por um posto policial para denunciar a agressão. Largos meses após o episódio recebi uma convocatória das autoridades. Por essa altura eu já nem vivia mais em Lisboa. Uma policial muito simpática, muito atenciosa, disse-me que o meu antigo vizinho estivera anos internado numa clínica psiquiátrica. Na época em que me agrediu trabalhava numa morgue, lavando cadáveres. De repente, a policial mudou de assunto:

 — Você tem muitos livros em casa?

 Surpreso, confirmei:

 — Ele diz que se assustou ao ver tantos livros…

 Retirei a queixa. Voltei a lembrar-me do meu jovem vizinho neonazi ao ler o comentário de Bolsonaro, expressando o receio de que, caso vença as eleições, Lula transformará os clubes de tiro em bibliotecas. Jair Bolsonaro revelou mais uma vez a sua perversa bibliofobia — ele gostaria de transformar todas as bibliotecas em clubes de tiro. Esta bizarra patologia explica a recente atribuição da medalha da Ordem do Mérito do Livro, atribuída pela Biblioteca Nacional, ao deputado Daniel Silveira e a outros notórios bibliófobos. Não há melhor forma de destruir uma instituição do que troçando dela.

 Lembrei-me também das eleições de 2018, quando os eleitores de Fernando Haddad compareceram nas urnas com livros debaixo dos braços. Na época, esse protesto já tinha a ver com a promessa de Bolsonaro de flexibilizar a venda e o porte de armas. Infelizmente, não deu certo. Ainda assim, continuo a acreditar que os livros constituem o melhor exorcismo contra o totalitarismo e todos os seus agentes.

 Talvez os eleitores de Haddad tenham escolhido os livros errados. Em vez de ensaios políticos ou de romances distópicos — “Como as democracias morrem” e “1984” foram os títulos mais utilizados —, deviam ter levado grossos volumes de poesia. A poesia, a boa poesia, é a estaca de madeira no coração da maldade.


sábado, 9 de julho de 2022

Geleia Geral 353

“Sou, por temperamento, um vagabundo. Não quero dinheiro tanto a ponto de ter de trabalhar por ele. (...) Uma das coisas mais tristes que existem é que a única coisa que um homem pode fazer durante oito horas por dia, todos os dias, é trabalhar (...) E é por essa razão que o homem faz a si mesmo e a todos os outros tão miseráveis e infelizes.” (William Falkner)


É triste explicar um poema. É inútil também. Um poema não se explica. É como um soco. E, se for perfeito, te alimenta para toda a vida.”

 

                                                    Hilda Hilst


O Brasil está decaindo até a Barbárie

Diz Tom Zé que lança “Língua Brasileira”

 "Língua essa que também marca sua identidade hoje no contraste com o inglês —tematizado em "Metro Guide"— e na poesia rascante do portunhol selvagem —"San Pablo, San Pavlov, San Paulandia", única música que Tom Zé assina em parceria, no caso com Douglas Diegues. Ou seja, uma língua impura e, mais do que isso, rica pela impureza.”

 "Por fim, há a máxima subversão-molecagem, uma (im)possível síntese da "língua brasileira" defendida pelo baiano. Nada menos do que rasgar ao meio a palavra "latrinas" convertendo o som de "tr" num sonoro peido, no instante em que o migrante pergunta para a porção burguesa da metrópole de "San Pablo, San Pavlov, San Paulandia" o que "seria de ti sem nosostros los mais paraguaios, los kabroboles, los kabras de la peste". "E quem, quem limparia vostras latrinas?" Invenção e revolta, humor e experimentalismo —a língua deste país, a música de Tom Zé."

 — Fragmentos de matéria bem bacana do Leonardo Lichote sobre LÍNGUA BRASILEIRA, del genial Tom Zé, na Folha Ilustrada deste sabadón canalha, careta y cobarde. En la nota del link citam la parceria com Tom Zé. Mas na versão impressa saiu assim:

 "Língua essa que também marca sua identidade hoje no contraste com o inglês —tematizado em "Metro Guide"— e na poesia rascante do “portunhol” selvagem —"San Pablo, San Pavlov, San Paulandia". Ou seja, uma língua impura e, mais do que isso, rica pela impureza.”

Ou seja, cortaram la frase: "única música que Tom Zé assina em parceria, no caso com Douglas Diegues."

 O que será que las bichas pseudo-londinenses que editam la Folha Ilustrada atualmente têm contra el nombre Douglas Diegues y el portunholito selvagem?


O ENCONTRO


somos ecos
de uma voz
antiga
ressoando
secularmente
milenarmente
nas praias
da verdade
sopros
de ausência
restituída
agora
encarnada
vívida
e a ser vivida
amor
batendo
às portas
do coração
da eternidade

 

Luis Augusto Cassas

(imagem, google; inhotim,arte contemporânea)ana


Sarau Geleia Geral 353

 A partir de agosto, iniciaremos as Edições do Sarau Geleia Geral 353  na Estação 353 – Macuco – São Francisco do Itabapoana-rj.

A princípio o cardápio será servido  com música e poesia.

Posteriormente pensaremos a possibilidade de outras ações multilínguagens.  O início deste invento está  previsto para a noite de 27 de agosto – 2022 - quando a máquina desse que voz escreve chega aos 7.4. super bem vividos, com todas as sagaranagens fulinaímicas a que tenho direito.



Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

22 – 99815-1268 - whatsapp

Sarau Campos VeraCidade

Sarau Campos VeraCidade   Dia 15 de Março 19h - Palácio da Cultura - música teatro poesia   mesa de bate-papo :um olhar sobre a cidade no qu...