sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

manguinhos

 


manguinhos

poema em linha torta

 

geograficamente

lapa para mim são 3

em campos no rio e em sampa

em mil novecentos e noventa em seis

quando publiquei sampleando

pela primeira vez

uma ninfeta paulista

me perguntou onde era

a lapa do poema

de manguinhos lhe respondi

:

o poema pode ser um beijo em tua boca

 

há tempos não tenho paciência

para respostas concretas

se no poema o poeta faz referências

a estação da luz av. paulista

consolação água branca barra funda

essa lapa só pode ser em sampa

né cara pálida ninfeta analfabeta


 Federico Baudelaire

https://www.facebook.com/federicoduboi


 


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

PoÉticas ArturiAnas

 


suspenso

      no Ar

não penso

 

atravesso

o portão da tua casa

o corpo em fogo

a carne em brasa


tudo arde

nas cinzas das horas

no silêncio da tarde 


vou entrando 

sem alarde

sem comício


como o pássaro

que acaba de cantar

em pleno hospício 


você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa¿  escrevi pscicanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada

 

tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora 

 

                                             Artur Gomes

PoÉticas ArturiAnas

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AntroPOPhagia

 

Hoje levei a tarde na minha conexão sonora com o melhor que existe na Música Popular Brasileira. Só de sagaranagem compartilho para os amigos o link no youtube deste maravilhoso show ao vivo em Nova York, da minha amiga Beatriz Azevedo, para que todos possam ouvir essa maravilha musical sobre este poema do Oswald de Andrade, que os cricri enrustidos, chamam de poesia piada.

 

 no baile da corte

 foi conde D quem disse

pra dona Benvinda

 que farinha de suruí

 pinga de parati

fumo de Baependi

é comer beber pitá e cair

 

Se não existisse a Semana de Arte Moderna de 1922, e não existisse Oswald de Andrade é bem possível que esse AntroPOPhagia também não existisse, não preciso nem dar outros exemplos para afirmar que a SEMANA DE ARTE MODERNA norteou os rumos da Arte no Brasil a partir dela, por isso sua importância viva 100 Anos Depois. Eu bebo sempre bebi da fonte Oswaldiana, Serafim Ponte Grande é um dos meus livros de cabeceira, e eterno companheiro de viagem.

 

Artur Gomes

#natrilhadofogo
#vamosdevorar22

Fulinaimicamente

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clic no linc para assistir o show




Pátria A(r)mada

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os últimos dias de paupéria

 


os últimos dias de paupéria

“por aqui nem só beleza 

nesses dias de paupéria

nação de tanta riqueza

país de tanta miséria”

                    Artur Gomes – in Pátria A(r)mada

 

vereador de san francisco

não empresta sua voz ao povo

somente faz o que manda

a madona de guaxindiba

povo se quiser que entregue as tripas

ao sangue ralo do tanque

e alimente suas lombrigas

com farinha de mandioca

porque vereador não sai da toca

pra defender voto comprado

por alguns míseros trocados

antes das eleições

e o povo que passe mais 4 anos

vivendo da sua miséria

isso aqui está parecendo

os últimos dias de paupéria

 

Godot da Muritiba

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o curral das merdavilhas

“minha terra é de senzalas tantas

enterra em ti milhões de outras esperanças”

 

Artur Gomes –

in Suor & Cio e Pátria A(r)mada

 

quem sabe um índio gigante

quem sabe curumim encantada

tire essa terra das garras

da fisiologia descarada

desmonte de vez qualquer farra

do pai da mãe do filho da filha

para que o sertão seja mar

nunca se torne uma ilha

 

está na hora de dar um basta

nesse negócios de família

em  campos dos  goytcazes

o mar de fezes se alastra

por todos cantos da cidade

o cheiro podre da vendalha

é preciso voracidade

para estancar essa bandalha

 

quem sabe um ururau ressuscitado

ou uma benta pereira rediviva

para reinventar a carnavalha

no couro cru na carne viva

carnavalizar esse mercado

no curral das merdavilhas

que esse  povo domesticado

pensa que merda é maravilha

 

Federico Baudelaire

Fulinaimicamente

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Pátria A(r)mada

material para segunda edição

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

federika com seus mistérios

 




 

federika com seus mistérios

molha meu cio em silêncio

 

corisco risca a faca na pedra

mas federika não medra

desafia o dito cujo

a ser maior que a morte

escrever poema sujo

e ser melhor do que fedra

 

quando  desgarrou da tribo dos goytazes

e foi parar em Itabuna

o corpo mais leve que pluma

em pleno ar levitava

quebrou  a faca do corisco

enquanto nos ares voava

 

cansada da preguiça baiana

picou a mula pra recife

praia da boa viagem

com gana de vida feroz

se dentro da noite é veloz

no olho do dia é voragem

 

com seus cardápios de arte

enfeitiçou  pernambucos

grafites por toda parte

por bares e restaurantes

grafitando seus   guardanapos

com grande  voracidade

 

eleita musa da praia

descobriu cedo na tarde

que tudo que arde cura

o que aperta segura

na premar quando agita

se é amor geme e grita

mesmo não sendo loucura

 

relembro que anos passados

antes dos dezessete

ela se misturou ao campistês

nos corredores do cefet

teve aula de português

com o poeta da quadrilha

que levava um boi pintadinho

nas fulinaimargens da trilha

 

federika amava federico

que amava boudelaire

que amava euGênio mallarmè

que amava lady gumes

que amava pastor de andrade

que amava serAfim

que amava rúbia querubim

dos cabelos negros como corvo

que foi morar em iriri

depois do amor o  estorvo

 

em recife montou seu reinado

e alimentou a matilha

de boêmios embriagados

nas noites das sapatilhas

com frevo maluco rasgado

pensando sonhar  em sevilha 

 

hoje nesse recife distante

 rio que nos separa

como palavra cilada

como poema armadilha

 

e nunca contou para a filha

tudo o que  em segredo

 já contou  paro o mar  

e pras algas sal gadas da ilha

 

Artur Gomes

Poéticas ArturiAnas

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 O Homem  Com A Flor Na Boca

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

pitadas de ariano


pitadas de Suassuna

com josé cândido de carvalho

 

godot atravessou o rubicão

num galope do karalho

seu cavalo baio corria mais que o cão

com medo do espantalho

 

 voltando de iriri

passou pela muritiba

para catar sementes de aroeira

e fugir do delegado

no encontro não marcado

nas rodas de capoeira

nas caiçaras da intriga

 

foi fazer cosmético

pra amante de guaxindiba

que deixou em guriri

 comendo piaba frita

no almoço da sexta feira

 

parecia um tal   coronel

Ponciano de Azeredo  Furtado

como medo de lobisomem

pensando que o bicho é homem

 

sem tempo de tomar banho

amanheceu sujo borrado

contando as vacas no pasto

no sobrado do Airizes

nos fios do arame farpado


Artur Gomes

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sonho medonho

para Celso de Alencar

inspirado em um poema de Chico das Iolandas

 

quando Cronos

beijou Vênus em Creta

foi para separar Ísis de Apolo

e evitar que Júlia morresse

de morte  tão prematura

e a cabeça de Pompeu

não fosse encontrada num cesto

ao invés de sepultura

 

sonho literatura

desses que a gente sonha

com desejo de sonhar

e pensa até que a fronha

é mulher pra se casar

 

toca-se até uma bronha

sonhando que vai gozar

com a diaba Cleópatra

sacerdotisa no altar

esporra nas franjas da cama

e nunca mais quer acordar

 

Federico Baudelaire

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 O Homem  Com A Flor Na Boca

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alvoroço na aldeia franciscana

 




                             alvoroço na aldeia franciscana

 

Godot montou seu cavalo baio

pensando copa cabana

atravessou como um raio

as barras do Itabapoana

 

deixou amante em guriri

da sereia ouvi o canto

e foi para iriri

cantar com espírito santo

 

comer quibe de peixe

com água ardente capixaba

e em noites de lua cheia

licor de jabuticaba

 

o povo de gargaú em polvorosa

lambendo o cravo e a rosa

provocou madona em guaxindiba

como quem briga

por preço baixo no mercado

 

que ela então decretasse

que Godot fosse enjaulado

e desfizesse para sempre

esse novelo do bordado

 

a tribo de ururaí

num  ariticum desesperada

bradou um canto mameluco

pegou  seus tambores de guerra

confeccionados no macuco

 

 

dançou  no alto da serra

como quem dança uma balada

gastou as solas dos sapatos

e foi caçar onça pintada

nas matas do carrapato

 

Artur Gomes

Poéticas ArturiAnas

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Pátria A(r)mada

material para segunda edição

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