MACADÂMIA
cada vez
que mastigo
macadâmia
crocante
nas filas
dos cinemas
irrompe-me à lembrança
o cheiro
de tua pele morena
recendendo a sexo
e açúcar queimado
e acorda o leão
que mordia
pescoço e ombros
da excitada presa
amassando por detrás
(uma de tuas poses
prediletas)
os seios e o sexo úmido
até que o ritual de fogo
e a erótica elegância
da bailarina
elevando-se nos pés
p/ colher estrelas
despisse a faca
da bainha
e posicionasse
o foguete
ao orifício lunar
fazendo o amor reeditar
frente e verso
as fábulas da carne
registrando na pele
cataclismos
pétalas de suor
tatuagem de lavas
e a meteorologia
da via láctea
concluísse
o eclipse
das consciências
embora soubéssemos
(e há muito
experimentássemos)
ser a queda
a nossa
mais perfeita
revelação
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