pátria a(r)mada 
só me queira assim caçado
mestiço vadio latino
leão feroz cão danado
perturbando o teu destino
só me queira enfeitiçado
veloz macio felino
em pelo nu depravado 
em tua cama sol à pino
só me queira encapetado
profanando aqueles hinos
malandro moleque safado
depravando os teus meninos
só me queira desalmado
cão algoz e assassino
duplamente descarado
quando escrevo e não assino
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22) 99815-12668 – whatsapp
Pária A(r)mada 
www.porradalirica.blogspot.com
filmado na lagoa doce 
https://www.youtube.com/watch?v=ojbGSgdTLhI&t=44s
tirei o freio dos pedais
https://www.facebook.com/rubiaquerubim/
mulher de nuvens
para Micaela Albertini
fosse eu uma mulher de nuvens
não estaria aqui presa
a este mar nas marés 
suor ou cio
passaria com o vento
sem deixar rastros vestígios
pegadas
voaria sobre estradas
sem destino porto
ou cais
viajar mesmo sem 
nenhum conforto
ou calmaria nas partidas
ventania nas chegadas
Rúbia Querubim
https://www.facebook.com/rubiaquerubim/
Poesia Proibida
É um curta de Jiddu Saldanha em parceria com Artur
Gomes, para o seu projeto Cinema
Possível. A parceria dos dois começou em 2007, quando Artur Gomes voltou de Brasília com uma pequena câmera cannon de 5
mega pixels comprada numa feira na periferia do distrito federal. A partir daí
começaram os delírios audiovisuais dessa parceria inusitada entre um mímico e
um poeta.
Poesia Proibida, tem cenas filmadas em Cabo Frio, Lapa, e Parque das Ruínas, num domingo de Rock e Poesia, com diversas participações inusitadas como as de Fil Buc (filho de Artur Gomes), May Pasquetti, Marisa Vieira, Margareth Bravo e muitas outras.
CARNE
PROIBIDA
o preço atual
proíbes que me comas
mas pra ti estou de graça
pra ti não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti: músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Federika Lispector
www.fulinaimargem.blogspot.com
https://www.youtube.com/watch?v=63qIA7bdWV0
Jura Secreta 35
                                         pontal.foto.grafia 
Aqui,  
redes em pânico pescam 
esqueletos no mar 
- esquadras - descobrimento 
espinhas de peixe convento - 
cabrálias esperas relento - 
escamas secas no prato 
e um cheiro podre no 
AR 
caranguejos explodem 
mangues em pólvora 
Ovo de Colombo quebrado 
areia branca inferno livre 
Rimbaud - África virgem 
carne na cruz dos escombros 
trapos balançam varais 
telhados bóiam nas ondas 
tijolos afundando náufragos 
último suspiro da bomba 
na boca incerta da barra 
esgoto fétido do mundo 
grafando lentes na marra 
imagens daqui saqueadas 
Jerusalém pagã visitada 
- Atafona.Pontal.Grussaí - 
as crianças são testemunhas: 
Jesus Cristo não passou por aqui 
Miles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha 
cobra de vidro sangue na fagulha 
carne de peixe maracangalha 
que mar eu bebo na telha 
que a minha língua não tralha? 
penúltima dose de pólvora 
palmeira subindo a maralha 
punhal trincheira na trilha 
cortando o pano a navalha 
- fatal daqui Pernambuco 
Atafona.Pontal. Grussaí - 
as crianças são testemunhas : 
Mallarmé passou por aqui. 
bebo teu fato em fogo 
punhal na ova do bar 
palhoças ao sol fevereiro 
aluga-se teu brejo no mar 
o preço nem Deus nem sabre 
sementes de bagre no porto 
a porca no sujo quintal 
plástico de lixo nos mangues 
que mar eu bebo afinal? 
clic no link para ver o vídeo
filmado na lagoa doce 
https://www.youtube.com/watch?v=ojbGSgdTLhI&t=44s
de metrô ou fantasia
e o assunto que eu mais queria
fosse o que não dissesse
e o mar apenas trouxesse
gaivotas sobre os cabelos
vento sol maresia
e o líquido que não bebemos
fosse conhac ou cerveja
mesmo assim a vida seja
entre o que os pelos lateja
o que a tua boca não fala
o que a tua língua não prova
e a prova das dezessete
te levasse mais cedo
inda assim não tenha medo
a palavra entre meus dedos
é o que ainda não disse
miragem essa coisa nova
agora revisitada
naquela hora marcada
de tudo o que não fizemos
Jura secreta 57
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico prumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste
como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em prumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux - 2018
www.secretasjuras.blogspot.com
Artur Gomes
FULINAIMAGEM
Nenhum comentário:
Postar um comentário