na pele do poema
o cavalo selvagem
cavalga a pele do poema
enquanto transa na pastagem
um novo trote
a deusa do rock
berra em outro canto
enquanto na voragem da vertigem
assento a Pedra de Xangô
em Vitória do Espírito Santo
Cristina Bezerra
https://www.facebook.com/sagaraninha/
tropicalirismo
girassóis pousando
nu teu corpo: festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva de saliva doce
Artur Gomes
in Couro Cru & Carne Viva
sede
eu tenho sede de água
eu tenho sede de mar
girassol nos meus cabelos
espuma de sal esperma e pelos
por onde eu possa delirar
eu tenho sede de sexo
em noites claras de luar
Gigi Mocidade
www.porradalirica.blogspot.com
no litoral
tartarugas continuam
na areia da praia
sendo devoradas
por urubus
muitas vezes na praia o meu prazer é captar imagens na areia tudo que o
meu olho gótico atento as insignificâncias foca trago tenho a sina dos malditos
os proscritos os provocadores de conflitos os que não se calam diante dos
absurdos ou mesmo das pequenas coisas que estão fora do lugar
Artur Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com
naquela noite
de chuva
as cores no vestido de Yansã passaram
despercebidas por aqui o sangue encarnado nas matas de Oxossi e o olho do
Dragão na ponta da espada de Ogum ainda que aline na porta da casa velha
tivesse sobre a pele meus olhos presos nas palavras escritas na parede as
sagradas escrituras não dissessem o quanto ali brotavam flores naquela noite de
chuva num coação estraçalhado
Artur Gomes
https://www.facebook.com/arturgomespoeta/?fref=ts
SagaraNAgens Fulinaímicas
a carne da palavra:
poesia
lavra que soletro todo dia
Lançamento dia 27/9 - 22h - no Bar Doce Bar, com
performance do seu autor Artur Gomes
- Festival Doces Palavras.
SagaraNAgens Fulinaímicas é o 13º livro de poesia de Artur Gomes, e reúne poemas escritos de 1995 a 2015, está sendo
editado artesanalmente por Winston
Churchil Rangel e trás um estudo sobre a sua poesia assinado por Tanussi Cardoso. A cada performance
realizada, serão colocados a venda apenas 10 exemplares.
Neste primeiro
10 exemplares, SagaraNAgens
Fulinaímicas, tem na capa, a foto Barqueiro
do Paraíba, de Dudu Linhares,
mas segundo o editor Winston Churchil
Rangel, outras imagens poderão
ilustrar a capa em tiragens posteriores.
A performance SagaraNAgens
Fulinaímicas, é basicamente composta por poemas do livro, mas Artur Gomes, de acordo com o lugar da
performance pode inserir poemas de outros poetas, como Paulo Leminski e Torquato
Neto, e para o dia 27 promete uma surpresa, interpretando um poema escrito
por um de seus personagens Federico
Baudelaire.
Depois de Campos, SagaraNAgens Fulinaímicas
estará sendo apresentada em Bento Gonçalves-RS durante a semana de realização
do XXIII Congresso Brasileiro de Poesia,
que acontece de 5 a 10 de outubro. Em Campos voltará a ser apresentada no dia
13 de novembro no SESC.
Dependendo da infraestrutura do espaço, a
performance pode ser acrescida do curta de 45 minutos, que mostra um fragmento
da trajetória poética áudio visual, de Artur
Gomes falando poesia por este Brasil afora.
aqui os poemas do livro
https://www.facebook.com/Sagaranagens-Fulina%C3.../timeline/
Federika Lispector
Assessoria de Imprensa e Comunicação
Fulinaíma Multiprojetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
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revirei sacramento pelo avesso do avesso aline me acompanhou passo a passo pela ladeira até a casa dos fundos canários no quintal catavam o que comer fotografamos e filmamos o que pairou no ar e não perdoa o éter dentro o cafezal nos convidava ao êxtase aline olhou pelo espelho da janela que dava para o outro lado da alma e levitou entre as trilhas dos canteiros ouvindo o som que nos unia
Artur Gomes
www.fulinaimicamente.blogspot.com
paixão é quando
linguagem de cinema
corta o verso do avesso
e a cena segue em outra dimensão
sem seta sem endereço
como se a nova meta
enlouquecesse o coração
sem meias
palavras
ando descalço
pra pisar a lavra
da palavra chão
www.fulinaimagens.blogspot.com
assalto
mãos ao alto:
uma quadrilha
invadiu o planalto
Federika
Lispector
eu não sou santa
https://www.facebook.com/groups/1323351387773953/
a flor da boca
ficamos duas horas em frente a casa velha aline
perseguia os pássaros e eu comia o vento que passeava entre a pele eriçando os
pelos ela me falou do prazer que ainda não tinha vivido e me mostrou a flor da
boca tinha gosto de saudade o tempo da escrita e tudo que ali fizemos
Artur Gomes
poesia muito prosa
https://www.facebook.com/poesiamuitoprosa
a dor do ciúme
érika era o azul
entre a serra e o vinhedo
a jura secreta
na carne das vinículas
nosso segredo sagrado
por entre as vinhas de Bento
o beijo quase rasgado
dentro das taças de vinho
e tanto amor prometemos
em rendas brancas de linho
érika era o azulzinho
por entre as tranças do vento
bebendo meu desalento
no interior da cozinha
e a mãe sôfrega na cama
ardendo o seu queixume
fazendo amor e
vertendo a dor do ciúme
Federico Baudelaire
https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot
nas tripas da
memória
Adéle em branca pele nua olha pela janela o
movimento da rua e prepara o omelete para depois do sexo antes da viagem para
Bertioga naquela manhã fugaz de dezembro de 1994 como um sonho absurdo do verbo
que se fez carne e hoje uma fotografia na parede entre latinhas de cerveja e
bandeiras da Jamaica e a casa na rua Souza Leão 22 que não sai das tripas da
memória
pound anas
quero uma luz que me faça ver
na ana o que não é clara
e na clara o que não é gema
quero o poema da palavra escrita
maldita a dor de ainda ser poeta
quero a concreta carne da disputa
a bendita flecha do desejo
almejo o que não é seguro
o passo colocado em risco
a lâmina o abismo o cadafalso
quero uma luz que me faça ver
no escuro o que ainda não é claro
quando me deparo com a coisa
busco sempre entender o que ela é
as vezes é um mar tão profundo
que assim mesmo mergulho
mesmo sabendo que não vai dar pé.
Artur Gomes
Fulinaimagem
www.porradalirica.blogspot.com
DA CARNE DA PALAVRA
Tanussi Cardoso, poeta
Ator, produtor, videomaker e agitador cultural, o poeta Artur Gomes tem
assinatura própria. SagaraNAgensFulinaímicas, seu mais novo livro, repleto de
citações a partir do título, é a prova generosa do que afirmo: um inventário da
pulsação de sua escritura, uma das mais iluminadas, entre os remanescentes da
geração que se inicia nos anos 60-70.
Mesmo mirando certa desconstrução narrativa, o autor semeia as raízes
culturais, germinadas naquelas décadas, que desabrocharam como furacão em nossa
arte, principalmente vindas da canção popular, com sua palavra cantada, da
poesia marginal, da Tropicália, do Concretismo, do poema-postal, da poesia
visual, do cinema e, mesmo, dos quadrinhos.
Todo esse caldeirão cultural, todas essas referências e linguagens eram (são)
muito próximas: Caetano, Gil, Torquato, Glauber, Leminski, Waly, Gullar, Hilda
Hilst... E é desse quadro geracional (e bem lá atrás,Drummond, Murilo Mendes,
Bandeira, Cabral, Quintana, Mário, Oswald e Guimarães Rosa - e principalmente
-, a trilogia dos malditos: Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé, além dos ecos do
mestre beat, Allen Ginsberg), é desse manancial criativo que o poeta consegue
desarmar o que nele se encontra envolto, de forma atávica, e reafirmar seus
próprios tempo e potência, com o refinamento de sua fala.
Ao unir todo artefato onde exista possibilidade de poesia, Artur Gomes habita o
lugar entre a palavra e a imagem, ao experimentar os sentidos que lhe chegam,
sugando os afluentes existentes nas estruturas tradicionais de nossas artes, e
reescrevendo-os a seu bel-prazer, num mix de nostalgia e futuro.
“visto uma vaca triste como a tua cara:
estrela cão gatilho morro
a poesia é o salto de uma vara”
De forma particular, o autor parece nos indicar algo que se confunde com
transgressão, mas, ao mesmo tempo, mantém a linha tênue da poesia clássica, ao
flertar com um romantismo de tintas fortes, e tocando, igualmente, o
surrealismo, com uma violência verbal, que cheira à flor e à brutalidade. Cada
poema possui sua própria respiração, pausa e pontuação emocionais. Quem não
gostar de sangrar e ir fundo no mais recôndito dos prazeres é melhor não
prosseguir na leitura, mas quem tiver coragem de encarar a vida de frente e se
deliciar com versos saborosos e extremamente imagéticos, entre no mundo do poeta,
de imediato, e sentirá a alegria de descobrir uma poesia a que não se pode
ficar indiferente.
“a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica”
Ainda que não pretenda novas experiências formais, o autor consegue alcançar
perspectivas ousadas e radicais, em vários enquadramentos linguísticos, sempre
disponíveis para o espanto, já que quando falamos de poesia, tocamos em lados
inexatos, onde qualquer inversão de objetividade, e da própria realidade, é
sempre bem-vinda. Sua poesia tem muito da desordem, da inobservância de regras,
do não sentido, e apresenta um discurso contrário a certo pensamento lógico,
fazendo surgir nas páginas do livro, algumas impurezas saudáveis.
“te procurei na Ipiranga
não te encontrei na Tiradentes
nas tuas tralhas tuas trilhas
nos trilhos tortos do Brás
fotografei os destroços
na íris do satanás”
SagaraNAgensFulinaímicas nos apresenta uma peça de tom quase operístico e, paradoxalmente,
para um só personagem: o Amor. E o desenho poético dessa montagem pressupõe uma
grande carga lírica, alegórica e, tantas vezes, dramática, ao retratar o som
universal da Paixão, perseguindo a imagem ideal dos limites do desejo. Seus
versos são movidos por esse sentimento dionisíaco, e por tudo que é excesso,
por tudo que é muito, como na música de Caetano.
“te amo
e amor não tem nome
pele ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos”
E indaga e responde:
“até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria”
Em seu texto, há uma espécie de dança frenética, onde interagem os quatro
elementos do Universo – Terra, Água, Fogo e Ar – numa feitiçaria cósmica em
contínuo transe mediúnico. Poesia que é seta certeira no coração dos caretas e
dos conformados, ao apontar para as possíveis descobertas inesperadas da
linguagem, inebriada pela vida, pelo cantar
amoroso, pelo encontro dos corpos.
“e para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado
se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa”
Dono de uma sonoridade vocabular repleta de aliterações e assonâncias, que
remetem à intensa oralidade e à pulsão musical, refletindo no leitor o desejo
de ler os poemas em voz alta, o poeta brinca com as palavras, cria neologismos,
utiliza-se de colagens originais, e soma ao seu vasto arsenal de recursos, o
uso das antíteses, dos paradoxos, das metonímias, das metáforas, dos pleonasmos
e, principalmente, das hipérboles, através de poemas de impactante beleza. Esse
jogo vocabular, que a tudo harmoniza, transforma a dinâmica do verso, dá
agilidade, tensão e ritmo envolventes a uma poesia elétrica e eletrizante. Um
bloco de tesão carnavalizante e tropical - atrás de Artur Gomes só não vai quem
não o leu.
“quero dizer que ainda é cedo
ainda tenho um samba/enredo
tudo em nós é carnaval”
De forma lúdica e irônica, reconstrói, ou reverte, as intenções de Guimarães
Rosa, quando Sagarana se mistura à ideia de paisagens e ao sentido de
sacanagens; e às de Mario de Andrade - onde Macunaíma reparte seu teor
catártico em poéticas folias, ou em fulias de imagens, ou seja, em fulinaímicas
poesias, banhadas de caos e humor.
“é língua suja e grossa
visceral ilesa
pra lamber tudo que possa
vomitar na mesa
e me livrar da míngua
desta língua portuguesa”
Ao seguir de perto o conceito metafórico do processo crítico e cultural da
Antropofagia, o artista ratifica seus valores, com sua língua literária, e
reafirma o ato de não se deixar curvar diante de certa poesia catequisada pela
mesmice e pelo lugar comum, distanciando-se da homogeneidade de certo
academicismo impotente e de certos parâmetros poéticos com que já nos
acostumamos. De acordo com o próprio autor, revelado em uma entrevista,
SagaraNAgensFulinaímicas é um pedido de bênção a seus Mestres, imbuído do teor
catártico que sua poesia contém, como o fragmento do poema que abre o livro:
“guima meu mestre guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste”
E afirma:
“só curto a palavra viva
odeio essa língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
no centro da rua torta”
No livro, os poemas se interpenetram, linguisticamente, libidinosos, doces e
cruéis, vampiros de imagens ferrenhas,num aparente jogo de representação, onde
o rosto do poeta se mostra e se esconde, de acordo com a mutação e o reflexo de
seus espelhos interiores. Seus textos ora afirmam, ora desmentem o já dito, a
nos lembrar um de seus ídolos, Raul Seixas, e a sua metamorfose ambulante.
Sentimentos contraditórios, como se o autor quisesse, propositalmente,
escorregar segredos pelos nossos olhos,ambiguamente, rindo de nós, a nos
instigar: “Desnudem a minha esfinge!”
“eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta”
Na verdade, sua poesia apresenta vários (re) cortes, várias direções, vários
abismos e formas de olhar a vida e o mundo. Como se o verdadeiro Artur se
dissolvesse em outros, a cada poema, e essa dissipação o transformasse em
alguém improvável, impalpável. Errante. Artur Gomes, ele mesmo, são muitos. E
todos nós.Afinal, “o poeta é um fingidor”, ou não?
“a carne que me cobre é fraca
a língua que me fala é faca
o olho que me olha vaca
alfa me querendo beta
juro que não sou poeta”
Tantas vezes escatológico e sensual, numa performance textual que parece uma
metralhadora giratória, o seu imaginário poético explode em tatuagens,
navalhas, sangue, cicatrizes, punhais, facas, cuspe, pus, línguas, dedos,
dentes, unhas, seios, paus, porra, carne, flores e lençóis, como um paraíso
construído num inferno, e toca o nosso céu interior, nas ondas de um mar verde
escondido em nosso peito. Na nossa melhor alma.
Sem falsos pudores, o autor procura, em seu liquidificador de palavras,
misturar o erótico, o profano e o sagrado, com cortes de cinismo e grande dose
de humana solidariedade. Equilibrista na corda-bamba, sem rede de proteção,
entre razão e delírio, instiga dualidades com seus versos de alta voltagem
poética. Com linguagem rebuscada, seu trabalho ultrapassa os limites das
páginas do livro, e reverbera como tambor, mesmo após o término de sua leitura.
“a carne da palavra
: POESIA
l a v r a q u e s o l e t r o
todo Dia”
A poesia de cunho social é, igualmente, referência obrigatória em seu trabalho,
desde o início de sua carreira literária, marcadamente, em Jesus Cristo
Cortador de Cana, de 1979, mas, principalmente, no memorável e premiado O Boi
Pintadinho, de 1980. Esses poemas político-sociais, junto ao tema amoroso,
também encontramos em outras obras importantes do poeta, como Suor & Cio,
de 1985, Couro Cru & Carne Viva, de 1987 e 20 Poemas com Gosto de
JardiNÓpolis& Uma Canção com Sabor de Campos, de 1990, e se inserem em
todos os seus livros posteriores, que culminam agora em
SagaraNAgensFulinaímicas.
Em suas viagens imemoriais, o poeta mistura São Paulo, Copacabana, Búzios,
calçadas, origem, chão, mares, cactos, sertão, onde tudo sangra de maneira violentamente
bela e sem volta. Só a língua a ser reconstruída em poesia.
“ando por são Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara”
Artur Gomes sabe que ao escritor cabe proporcionar beleza e prazer. Entende que
a poesia existe para expressar a condição humana, tocar o coração e a emoção do
outro, e dar oportunidade para que seu interlocutor tenha chances de
conhecer-se mais e melhor. Eque só há um meio de o poeta conseguir seu intento:
cuidar e aperfeiçoar a linguagem. Sempre coerente, Artur Gomes sublinha o
essencial de seu pensamento, ratificando em seu trabalho que as duas maiores
palavras da nossa língua são amor e liberdade.
“a coisa que me habita é pólvora
dinamite em ponto de explosão
o país em que habito é nunca
me verás rendido a normas
ou leis que me impeçam a fala”
SagaraNAgensFulinaímicas veio confirmar o que os leitores do poeta já sabiam:
Artur Gomes é um artista instigante, um cantador que desafia rótulos. No seu
fazer poético, há um desfocar proposital da realidade, onírico e
cinematográfico, que mergulha em constantes vulcões, em permanente ebulição –
um texto em contínuo movimento.
Sua poesia metalinguística, plástica, furiosa, delicada, passional, corporal,
sexual, desbocada, invasiva, libertária, corrosiva, visceral,abusada,
dissonante, épica é, antes de tudo, a poesia do livre desejo e do desejo livre.
Nela, não há espaço para o silêncio: é berro, uivo, canto e dor. Pulsão.
Textura de vida. Uma poesia que arde (em) seu rio de palavras.
FreuDelírio
este mês estou a mil
santo Antônio me mandou
tomar conta do barril
é um porre atrás da outra
minha nega
não há cachaça que chega
pra segurar a pirraça
dessa vida de amargar
freudeliro até na praça
até São Pedro chegar
Federika Lispector
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