quarta-feira, 16 de março de 2022

língua nova

  



 língua nova

para Luis Turiba e Marisa Vieira

 

a nova língua

língua nova

escorre por céus de boca

saliva nativa

e ninguém com(prova)

 

minha pele roça tua pele

flor de manga me sangra

folhas moras pelo chão

 

pedra que ronca

mal secreto

meu poema linha curva

nunca reto

 

me desculpe fernando pessoa

sou argamassa do concreto

 

me segura criatura

que vou ter um troço

quando li wally salomão

juro que também posso

 

Artur Fulinaima

SubVersão Poética 

www.arturkabrunco.blogspot.com




Hoje estava lendo Magma o belo livro de poemas de Olga Savary e me lembrei de um poema que escrevi ainda menina quando morava em Guarapari.

 

Mar

 

de onde vens

e para onde vais

se as ondas

não param de ir

e vir

muitas vezes me trazem

coisas misteriosas

conchas que não sei

o que tem dentro

noutras apenas joga sal

em minhas coxas

e lambe entre minhas pernas

o que ainda não decifro

não sei o que Clarice

iria pensar se lesse isso

mas Jaguar  tenho certeza

vai s sentir o macho

que Olga costuma apelidar de Mar

 

Rúbia Querubim

www.suorecio.blogspot.com


antigamente escrevia com lápis depois caneta logo depois máquina de datilografia aí veio o ginásio indústria e comecei a escrever na linotipo na oficina de tipografia meus primeiros poemas foram publicados tipograficamente impressos na própria oficina onde aprendi a ser linotipista coisa que essa nova geração já perdeu de vista

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.personasarturianas.blogspot.com



A CarNAvalha em

são luis do paraitinga

 

certa vez foi ao carnaval

de são luis do paraitinga

queria conhecer o povo caiçara

ver os folguedos de artifícios

no jogo do baralho

do batman com o coringa

mas o dilúvio nos aterrou na estrada

só chegamos em profunda madrugada

nem ás de copas

muito menos ás espadas

em nossa bagagem só cerveja

era o que restava

no culler da Federika

a mulher mais rica do bordel

da boemia

muito mais até que a Diva

a maior puta do país

o curral das éguas da planície

montanhosa em são luis

na madrugada iluminada

 

e como se diz lá nas quebradas

 

agora não se fala mais

agora não se fala nada

 

Federico Baudelaire

Subversão PoÉtica

www.personasarturianas.blogspot.com



 canção de um realejo solitário

para Artur Fulinaíma

 

“ainda tenho o teu perfume

pela casa

ainda tem você na sala

porque meu o coração dispara

quando sinto teu cheiro

dentro de um  livro

dentro da noite veloz”

 

meu coração dispara

quando abro a porta

e não te vejo

na vertigem do dia

canção de um realejo solitário

quando não te beijo

eu imenso mar sozinha

como um peixe afogado em águas

de delírio e sal

Rúbia Querubim

Obs.: versos entre aspas Adriana Calcanhoto que me acompanhou ontem a noite inteira em minha solidão

www.personasarturianas.blogspot.com



descaminhos

para Rúbia Querubim

 

quando te procuro

 não encontro

ando tanto tanto tanto

chego a gastar os tutanos

nos descaminhos

desse enredo

 

mas por enquanto

vou te amar assim

em segredo

 

Artur Fulinaíma

www.personasarturianas.blogspot.com

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