Tenho mestrado Bíblico
Em chá de cogumelo
Pastor
de Andrade
Pássaros Elétricos
Vivem a vida por um fio
Federika
Lispector
Patético 27
ABC
Aqui
4 santos me rodeiam
Santo André
São Bernardo
São Caetano
São Paulo
e
um outro Paulo me incendeia
Freire e o seu pensar objetivo
que me fez chegar até aqui
Vivo
para escrever
criar
sobre-viver da Arte
consciente de ser
fulinaímico ind/gesto
:
para
o teu governo
:
juro que não presto
Federico Baudelaire
-
Mestre Sala da Mocidade Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba
O-Culta no In-Consciente Coletivo
Couro
Cru & Carne Viva
terra de santa cruz
ao batizarem-te
deram-te o nome:
posto que a tua profissão
é abrir-te em camas
dar-te em ferro
ouro
prata
rios
peixes
minas
mata
deixar que os abutres
devorem-te na carne
o derradeiro verme
salgado
mar de fezes
batendo na muralhas
do meu sangue confidente
quem botou o branco
na bandeira de alfenas
só pode ser canalha
na certa se esqueceu
das orações dos penitentes
e da corda que estraçalha
com os culhões de Tiradentes
salve lindo pendão que balança
entre as pernas abertas da paz
tua nobre sifilítica herança
dos rendez-vous de impérios atrás
meu coração
é tão hipócrita que não janta
e mais imbecil que ainda canta:
ou
viram
no Ipiranga
às
margens plácidas
uma bandeira arriada
num país que não levanta
só desfraldando
a
bandeira tropicalha
é que a gente avacalha
com as chaves dos mistérios
dessa terra tão servil
tirania sacanagem safadeza
tudo rima uma beleza
com a
pátria mãe que nos pariu
Pátria
A(r)mada
bem no centro do universo
te mando um beijo ó amada
enquanto arranco uma espada
do meu peito varonil
espanto todas estrelas
dos berços do eternamente
pra que acorde toda essa gente
deste vasto céu de anil
pois enquanto dorme o gigante
esplêndido sono profundo
não vê que do outro mundo
robôs te enrabam ó mãe gentil!
1º de Abril
telefonaram-me
avisando-me que vinhas
na noite uma estrela
ainda brigava contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam homens indefesos
esperei-te 20 anos
ate hoje não vieste à minha porta
- foi
um puta golpe!
o poeta estraçalha a bandeira
raia o sol marginal quarta feira
na Geléia Geral brasileira
o céu de abril não é de anil
nem general é my Brazyl
minha
verde/amarela esperança
Portugal já vendeu para França
e coração latino balança
entre o mar do dólar do norte
e o chão dos cruzeiros do sul
o poeta esfrangalha a bandeira
raia o sol marginal sexta feira
nesta porra estrangeira e azul
que há muito índio dizia:
- foi gringo que trouxe no cu
meu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola & guaraná
o sangue rola no parque
o sonho ralo no tanque
nada a ver com tipo dark
e muito menos com punk
meu vício letal é baiafro
com ódio mortal de yank
Artur
Gomes
Pátria A(r)mada
Editora Desconcertos – 2019
Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio - 2020
Fulinaíma MultiProjetos
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