Macaé
Para Martinho Santafé
e Fernando Marcelo
in memória
Macaé
quantas vezes
mergulhei em imbitiba
quando era uma praia porreta
hoje não dá mais pé
e desfilei no boi capeta
com Marinho Santafé?
quantas vezes
poesia falada pelos bares da cidade
quanto mais significa
enquanto Fernando Marcelo
em seu jornal paralelo
expunha as questões do ambiente
da lagoa de imboacica?
no carnaval de 85
com máscara
de tancredo no rosto
travestido de lelê
pra dançar no tênis clube
e entrevista na tv
tudo visto tudo posto
enquanto isso
um rock in rio primeiro
com strip-tease de Péris Ribeiro
imitando o ACDC
para desvenda pedra do rock
em noites boêmias por aqui
no Palácio do Urubu
teatro música performer
poesia em exposição
e Sandra Wait me disse
logo assim que me ouviu
isso aqui está bem a cara
da bandeira do Brasil
um estandarte em procissão
e então Macaé
quantas vezes bebemos todas
quantas vezes tragamos todas
quantas vezes vestimos todas
poesia em comunhão ?
Artur Gomes
San Francisco de Itabapoana – 17 março 2025
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O peso das palavras
As promessas dançam
como sombras sobre as águas.
Têm a forma do desejo,
mas oco é seu ventre.
Semeiam futuro nos lábios
e murcham antes do amanhecer.
Tão fáceis de vestir quanto de despir,
deslizam dos olhos sem deixar rastro.
Eu as vi nascer em bocas cálidas,
com perfume de verdades inventadas.
E vi morrer na secura dos dias,
quando o tempo as desmascara.
Quem me dera acreditar
sem carregar o cansaço de já saber
que as palavras juradas,
pesam menos que o silêncio.
Simone Bacelar
SSA 16/03/2025
todo
sábado
me
esqueço
me
entorto
enlouqueço
desconcerto
amanheço
Artur Gomes
arte: Claudia Lobo
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para Artur
Fulinaíma
“ainda tenho o teu perfume
pela casa
ainda tem você na sala
porque meu o coração dispara
quando sinto teu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz”
Adriana
Calcanhoto
meu coração dispara
quando abro a porta
e não te vejo
na vertigem do dia
canção de um realejo solitário
quando não te beijo
eu imenso mar sozinha
como um peixe afogado em águas
de delírio e lágrimas de sal
Rúbia Querubim
in Drummundana Itabirina
Com os dentes cravados na memória
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dia internacional da poesia
Todo Dia É Dia D
Poesia Todo Dia
poesia do corpo
nasce entre a carne a medula o sangue a nervura da alma e a escridura dos ossos onde posso dizer o que sinto posso sentir o que posso nem sempre a palavra vale quanto pesa nem sempre um poema cabe pleno numa reza palavra as vezes fica perdida na memória não flui no consciente em complemento da história
nem tudo que é belo
angra
a flor do mangue
ainda sangra
Artur Gomes
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brazilha
1968
tantas vezes
estive nessa ilha
que não é de vera cruz
muito menos santa
assim mesmo
abracei a catedral
para beijar seus mortos
mesmo sem crer em salvação
nos canteiros de obra
durante a sua construção
Artur Kabrunco
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sorte
simone teu nome
passeia na ponta da língua
no canto de qualquer boca
nessa vida muito quente
meio louca
saliva água ardente
água pouca
beijo no asfalto
grito incandescente
de quem ainda ama
e clama a coisa justa
no poema incluso
na blusa que inda uso
e se disse te amo
não se assusta
te amar não cansa
te amar não custa
Artur Gomes
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Balbúrdia PoÉtica
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/
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